Os Discípulos (Eugene Burnand, 1898)

Os Discípulos (Eugene Burnand, 1898)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Um ano sem poesia (Elton Quadros)


Recebi de meu amigo Elton Quadros o conteúdo que segue logo abaixo e que expressa esta sede, esta busca incessante pela beleza, que inquieta a alma:

"Caros amigos e amigas,

Espero que esteja tudo bem.

No domingo passado, percebi algo que me deixou profundamente triste. Comprovei que há mais de um ano, não leio um livro de poesia inteiro, acho que desde os meus 14 anos de idade isso não acontecia, fiquei desolado. Como um sujeito alfabetizado passa um ano sem ler um livro de poesia? Fiquei triste, mas, já era muito tarde e tinha que dar aula no outro dia e fui novamente consumido pela roda-viva 'da vida'...

Agora há pouco recebi, pela internet, um poema que me fez lembrar de uma coisa e pensar em outra: Lembrei de um dos versos da música popular brasileira que mais gosto 'sabe lá, o que é morrer de sede em frente ao mar, sabe lá' 'Djavan' e como vocês verão, essa frase já estava, em alguma medida, presente neste poema que recebi e, de certa forma, viver a correria do mundo pós-moderno em que não podemos parar nunca, nem mesmo para ler um livro de poesias, pareceu agora, como isso, viver com sede em frente ao mar. Mas, felizmente, a internet, com esse poema vindo por 'mares nunca dantes navegados' possibilitou a mim, um pouco de sombra e água fresca!

E, por via das dúvidas, já coloquei na mochila um livro de poesias para não passar tanta sede novamente!

Aqui vai o poema de Miguel Torga que despertou-me do meu 'sono dogmático'...rsrs"



SÚPLICA

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga



Abraços deste malungo!

Elton

(Imagem do post: poeta Bruno Tolentino)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

The things that I see (As coisas que eu vejo)


The things that I see
(Riro Maniscalco/Rich Veras)


The things that I see, got me laughin' like a baby.
(As coisas que eu vejo me fazem rir como um bebê.)

The things that I see, got me cryin' like a man.
(As coisas que eu vejo me fazem chorar como um homem.)

The things that I see, I can look at what He gave me,
(As coisas que eu vejo me fazem olhar o que Ele me deu,)

And He's gonna show me even more than I see.
(E Ele me mostrará ainda mais do que eu agora vejo.)



Just the other day I heard a new voice in the darkness
(Há alguns dias eu ouvi uma nova voz na escuridão)

Sendin' me away with mud on my face
(Me mandando embora como lama em minha face)

I heard the people say, 'He's a crazy and he's hopeless'
(Eu ouvi as pessoas dizerem: ele é louco e não há esperança para ele)

till a splash washed the darkness away.
(Até que um borrifo levou embora a escuridão!)

(Refrão)



Makin' me explain to a lot of angry faces
(Fazendo-me explicar para uma multidão de rostos cheios de raiva)

Talkin' to 'em plain, they don't hear what I say.
(Falando com eles diretamente. Eles não ouvem o que eu digo.)

Tellin' me again he's crazy and he's reckless
(E me dizem de novo: "Ele é um pecador e ele é um irresponsável.")

But there's only one thing I can say.
(Mas só há uma coisa que eu posso dizer...)

(Refrão)



He came to me again and this time I could see Him.
(Ele veio novamente a mim, e desta vez eu consegui vê-Lo.)

Told me how He'd been out lookin' for me.
(Disse-me como Ele esteve me procurando.)

He told me to believe. I said, 'what should I believe in?'
(Ele me disse para acreditar. Eu disse “em que devo acreditar?) "

He said, 'Keep on believin' in me!'
(Ele disse: "Continue acreditando em mim!")

(Refrão)