Os Discípulos (Eugene Burnand, 1898)

Os Discípulos (Eugene Burnand, 1898)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A fé, expressão última de uma afeição a si

A fé, expressão última de uma afeição a si
(Assembléia Internacional de Responsáveis de Comunhão e Libertação)


O problema da fé não está ligado àquilo que não vemos, mas àquilo que vemos.

Se estivermos dispostos a nos deixar ver, comover,
pôr em movimento com toda nossa capacidade humana
(que não é somente o nosso sentimento, mas também a razão, a liberdade e a afeição).

Podemos fazer um percurso do conhecimento que nos leva à fé
e a viver a fé em Jesus Cristo como homens, ou seja, sem censurar nada,
com toda a nossa humanidade.

O ponto de partida não é, não pode ser uma imaginação,
um sentimento, uma dedução, mas os fatos, a realidade.


O ponto de partida é o apego à realidade, a algo real,
tanto assim – e sabemos muito bem disto, observando a nós mesmos -
que quem não encontra uma coisa real não olha assim para si mesmo.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal


“O menino que nasce de Maria é o ponto em que a vida dos homens impõe uma derrota ao nada. É um ponto humano, uma presença, que hoje revive no mistério da Igreja e no testemunho de muitas pessoas. Não é uma conquista filosófica nem uma meta ética para pessoas que se sentem adequadas. (...)

O cristianismo é uma jovem mulher, ‘por cujo calor’ nasceu um menino: que algo tão simples carregue o significado do mundo é um fato que somente os simples de coração podem reconhecer, aqueles que, de fato, têm fome e sede de vida”. (By Elton Quadros)

(Revista Passos – dez/jan 2004)

FELIZ NATAL!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Retiro de Natal 2008 - CL Vitória da Conquista

A FÉ, MÉTODO DE CONHECIMENTO
O Verbo se fez carne e habita entre nós!
"PLANTOU SUA TENDA ENTRE NÓS"
Se estabeleceu, para se tornar familiar entre nós!
O Mistério não veio para uma visita e foi embora...
não veio deixar regras e bons exemplos,
mas Ele mesmo, Cristo, o filho de Deus, o Verbo encarnado,
o amor - veio compartilhar a nossa humanidade.


Tudo é do Pai - Banda Dom


Eu pensei que podia viver por mim mesmo
Eu pensei que as coisas do mundo
Não iriam me derrubar

O orgulho tomou conta do meu ser
E o pecado devastou o meu viver

Fui embora, disse ao pai:
-dá-me o que é meu!
Dá-me a parte que me cabe da herança!
Fui pro mundo, gastei tudo, me restou só o pecado
E hoje eu sei que nada é meu
Tudo é do pai.

Tudo é do pai!
Toda honra e toda a glória,
É dele a vitória alcançada em minha vida.
Tudo é do pai!
Se sou fraco e pecador, bem mais forte é o meu senhor
Que me cura por amor!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Recomeçar (Carlos Drummond de Andrade)


À propósito neste momento, prestes a iniciarmos um novo ano - Início de 2009 - Para todos

Não importa onde você parou... Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível enecessário "Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e o mais importante...
Acreditar em você de novo. Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora...
Pois é... Agora é hora de reiniciar... De pensar na luz...
De encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um corte de cabelo arrojado... Diferente? Um novo curso...
Ou aquele velho desejo de aprender a pintar... Desenhar... Dominar o computador...
Ou qualquer outra coisa... Olha quanto desafio...
Quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho? Besteira...
Tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento”...
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza... Nem nós mesmos nos suportamos...
Ficamos horríveis... O mau humor vai comendo nosso fígado... Até a boca fica amarga.

Recomeçar... Hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Aonde você quer chegar? Ir alto... Sonhe alto... Queira o melhor do melhor...
Queira coisas boas para a vida... Pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...
Se pensamos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental...
Joga fora tudo que te prende ao passado... Ao mundinho de coisas tristes...
Fotos... Peças de roupa, papel de bala... Ingressos decinema, bilhetes de viagens...
E toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados...
Jogue tudo fora...
Mas principalmente...
Esvazie seu coração...
Fique pronto para a vida...
Para um novo amor...
Lembre-se somos apaixonáveis...
Somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
Afinal de contas...
Nós somos o "Amor”...
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."


É possível iniciarmos um novo tempo de graça, de esperança, de alegria, de amor e plenitude. A condição é apenas olhar prá realidade e reconhecer a nossa origem e destino... ou seja, de que somos feitos por Deus - sim, somos feitos por Deus: feitos para a felicidade, para o amor! O verdadeiro protagonista é o mendicante - por isso precisamos pedir que O Senhor nos acolha e transforme nossas vidas. Não esperemos chegar a primeira hora do primeiro dia do novo ano para mudarmos nossas vidas, para darmos a grande guinada em nosso curso: hoje é o tempo, agora é o momento...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Eu vou pelo mundo - Banda Dom


Sei que Tu és Deus, que Tu és sim
O motivo que me faz cantar somente para Ti
Não, eu não quero saber de olhar para trás
E ver o que passei longe do Teu amor

Quero apenas sorrir e dizer para o mundo
Que tenho motivos para ser feliz
Pois vives em mim, pois vives em mim
Eu vou pelo mundo cantando as glórias do Senhor

Eu vou pelo mundo cantando as glórias do Senhor(2x)
Eu canto a glória do Senhor
Eu canto a glória do Senhor

Eu já me decidi por te amar
Contigo sei que posso caminhar
Se sou fraco no pecado
Sei que em Ti encontro fortalezas pra lutar

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O que é, o que é - Gonzaguinha


Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Natal - Luigi Giussani


"Por que Jesus vem? Como o homem de hoje pode posicionar-se diante desta notícia? E o Natal, o que é? Natal é o amor de Cristo pelo homem. O novo Ser entra no mundo. O Ser novo como antes não havia, nessa novidade de seu comunicar-se aos homens. Um Ser novo entra no mundo, o mundo do Deus verdadeiro. Um Ser novo no conjunto do que se vê no mundo, brotou naquele lugar. Tudo foi feito por Ele, ma aqui predomina a novidade de uma vida. Uma nova criatura vence a antiga. A antiga criação opõe-se à nova, mas com o Natal o calor retorna ao mundo, e tudo ressoa com eco ao apelo divino, ao Mistério que existe. O impossível, isto é, o Mistério, não é merecido pelo homem. Entretanto, aqui acontece um foco, uma afeição que envolve, um calor que predomina no imenso cenário do mundo, no espaço eterno. Aqui é o presságio de uma coisa nova que afervora, e tende a fazer tudo tornar-se concreto. E propriamente por isto suscita uma grande devoção. Como graça divina, no tempo determinado, o Filho de Deus se fez uma criança na história humana, apropriou-se de padrões e fórmulas de uma existência. Na lembrança e na memória daquele Fato, o testemunho do Filho de Deus emerge sempre mais forte e a impotência do mal se torna a figura dominante de toda a história. E o povo de Javé surge para atirar-se ao mundo. Assim, para cada dia da vida, fica nas mãos do povo cristão a aposta do poder de Deus no tempo, e a oração de Nossa Senhora para que se realize em todas as suas circunstâncias." (Contribuição do padre Luigi Giussani para o jornal italiano TG2, do Canal Rai, de 24 de dezembro, 2004)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Chiara Lubich - Movimento dos Focolares


Chiara Lubich, fundadora e presidente do Movimento dos Focolares, nasceu em 1920, em Trento, Itália. Com a idade de 23 anos, durante a II Guerra Mundial, ela, juntamente com algumas companheiras, começou a sua experiência - uma redescoberta dos valores evangélicos - e decidiu escolher Deus Amor como único ideal de sua vida. Esta foi a origem de uma vasto movimento de renovação espiritual e social, de dimensão mundial. Nascido e aprovado na Igreja Católica, atualmente está presente em 182 países (mais de 120.000 membros internos e mais de 2 milhões de aderentes e simpatizantes). Aberto a todos, reúne - pelo seu ideal de unidade, de fraternidade universal, além dos católicos, cristãos de várias denominações, fiéis das grandes religiões e pessoas que não professam uma fé religiosa. Todos participam, segundo a própria consciência e fé religiosa, de modos diferentes do movimento e da sua espiritualidade.

Num clima sereno, de oração e de intensa comoção, Chiara Lubich, com 88 anos, concluiu a sua viagem terrena em 14 de Março de 2008, às 2 da manhã.


Chiara, com sua vida, chamou a atenção para a beleza, para Cristo. E seguindo Chiara, que seguia Cristo, muitas vidas chegaram à plenitude da beleza, da felicidade!!!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Retiro de Natal - Vitória da Conquista (13/12/2008)

Oportunidade para que possamos entender nossa vida, assumindo a postura adequada diante da realidade.
Fomos chamados, escolhidos individualmente.
Deus se mostra através de sinais. Cabe-nos apenas ir ao Seu encontro e dar o nosso "sim" a esses chamados.
Pedido para que o Mistério escancare a minha medida à novidade de vida que Ele suscita entre nós. Nesse sentido, o convite que Jesus faz aos dois primeiros: "vinde e vede", é dirigido a cada um de nós em primeira pessoa, ao mesmo tempo nos lança numa perspectiva missionária para convidarmos os nossos amigos afirmando "encontramos o messias"!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Folha em branco (Diego Fernandes)

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"Viver o presente "

A vida segue seu rumo
Vou escrevendo minha história
A cada dia eu recebo
Uma folha em branco do Criador!
Vou escrever o hoje
Sem me preocupar com o amanhã
Sim, já passou o ontem
Só quero ficar com o que é bom!
Eu não tenho medo de tentar!
Parar! Pensar! Mudar!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Povera voce (Pobre voz)


Povera voce di un uomo che non c'è
La nostra voce se non ha più un perchè
Deve gridare, deve implorare
Che il respiro della vita non abbia fine.

Poi deve cantare, perchè la vita c'è
Tutta la vita chiede l'eternità
Non può morire, non può finire
La nostra voce che la vita chiede all'Amore

Non è povera voce di un uomo che non c'è
La nostra voce canta con un perchè

Pobre a voz de um homem que não existe.
A nossa voz, se não tem um porquê:
tem de gritar, tem de implorar
para que o alento da vida não acabe.

Depois, deve cantar,
porque a vida existe;
toda a vida pede a eternidade;
não pode morrer,
não pode acabar a nossa voz
que pede a vida ao Amor.

Não é a pobre voz de um homem que não existe,
a nossa voz canta com um porquê

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dentro daquele OLHAR

Capturado por um olhar. Arrastado por uma beleza jamais imaginada. Pedro Sarubbi, ator italiano, girou o país para contar sua história de conversão após participar do filme A Paixão de Cristo, dirido por Mel Gibson (por Valéria Gomes Lopes)

Entre os dias 25 de setembro e 06 de outubro, centenas de pessoas tiveram a possibilidade de escutar, estupefatas, a paixão de Barrabás. Ou melhor, o testemunho da conversão do ator Pedro Sarubbi, que interpretou o malfeitor - o primeiro a ser salvo pela Paixão de Cristo. Os encontros foram promovidos pelo Movimento Comunhão e Libertação em parceria com Centros Culturais e Universidades em dez cidades do país.
Sarubbi contou como foi completamente capturado pelo olhar misericordioso e apaixonado de Jesus sobre o seu personagem que, misteriosamente, o alcançou e o perturbou de tal maneira que, após a gravação de sua minúscula cena, não conseguia fazer mais nada: toda a sua mente, todo o seu sentimento, toda a sua pessoa, enfim, tinha sido tragada por aquele olhar. Assim como Barrabás, Sarubbi carregava uma raiva dentro de si, uma insatisfação, um sentimento de falta, de vazio, que nada era capaz de preencher. Tudo ia bem: profissionalmente era um homem bem sucedido; vivia há onze anos com Maria e tinha com ela três filhos saudáveis, inteligentes; convivia com muita gente animada e louca, mas não era feliz. O convite de Mel Gibson para o papel o desconcertou: como iria interpretar um personagem que aparecia por menos de três minutos e que não tinha uma fala sequer? Se ao menos fosse Pedro, com uma participação em quase todo o enredo e, consequentemente, um bom cachê! Para o ator não havia diferença entre fazer bandido ou santo - aquilo era um trabalho, nada além disso. Contudo, a experiência de trabalhar com um diretor, que afirmava "Você é o meu Barrabás! A sua raiva da vida vai mudar com esse personagem; Barrabás é como um cachorro raivoso, mas será o primeiro a ser salvo por Jesus", era, ao mesmo tempo, surpreendente e desafiadora. Esta foi a descoberta de Sarubbi: o nome Barrabás, cuja etimologia significa "o filho do pai", tornou-o filho.
Durante um ano, após o fim da filmagem, Pedro Sarubbi tentou fugir daquele olhar, mas Cristo continuava a chamá-lo por meio de tantos e diferentes fatos: o telefonema inesperado de um jovem padre de Comunhão e Libertação, que lhe falou de Giussani, fundador do Movimento, e do quanto ele chamava a atenção de todos para o olhar apaixonado de Cristo por cada um; o convite do padre para um jantar; a surpresa de também serem convidadas cerca de trezentas pessoas; a atenção silenciosa e compenetrada daquelas pessoas enquanto lhes contava sua história; a liberdade do padre de lhe dar um forte tapa nas costas enquanto dissera ser amasiado com Maria com quem teria seu quarto filho. Surpreendentemente, ali uma mudança já se revelava - Sarubbi considerou o tapa do padre como sendo a manifestação do amor de um educador que mostra a direção ao seu educando. Aquelas pessoas tão diferentes, mas, ao mesmo tempo, tão naturalmente unidas suscitaram-lhe uma pergunta: o que os mantém juntos? A resposta implacável de um jovem foi decisiva: o amor por Cristo e o fato de sermos amados por ele primeiro. A partir dali, Pedro Sarubbi desejou se agarrar àquelas pessoas. Depois de um ano de convivência com esta companhia, frequentando a Escola de Comunidade todas às quartas-feiras à noite, casou-se na Igreja, foi crismado, batizou os filhos e se rendeu, completamente, a esse amor.
No meio cinematográfico, se o ator é identificado pelo pertencer à Igreja, não serve mais para o cinema. Diante dessa possibilidade, Sarubbi foi categórico: "Se eu não for mais chamado para o cinema por causa de Cristo, não tem problema. Perderei o cinema, mas ganhei a minha vida". Ao testemunho oferecido com tanta simplicidade, gratuidade e beleza, cresce a certeza de que "há pessoas e momentos de pessoas para se olhar e seguir". Obrigada, Barrabás!

(Revista Passos, nov.2008)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A duas flores (Castro Alves)


A duas flores

São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!